quarta-feira, 25 de março de 2009

Episódios da vida doméstica


Adoro a minha panela de pressão Silampos...
Hoje lido com este bonito utensílio de cozinha com toda a destreza e naturalidade. Mas o episódio de hoje (esqueci-me das salsichas enroladas em couve lombarda ao lume, por mais 30 minutos do que seria adequado), trouxeram-me há memórias tempos áureos...
Há pouco mais de 2 anos, acabadinhos de chegar à nossa casinha com vista para as duas pontes sobre o Tejo, quase todos os electrodomésticos e utensílios de cozinha sofreram as agruras nestas 4 mãos, quais delas as menos jeitosas...
O nosso à-vontade culinário era tão forte que demorámos 6 meses a ganhar coragem para cozinhar qualquer coisa na nossa Silampos. "Oh mãe, mas quantos minutos é que isto demora a cozer...Então e isto gira, gira e não rebenta? Não conseguimos abrir a panela...Há é da pressão?! É preciso cuidado?! Ups...queimei-me"

Depois foi a tostadeira...o fio da tostadeira que teimou em ficar em cima de um bico acesso: "Mor? Cheira-me a queimado!! Não, não me parece que seja do pão com queijo, parece borracha..."

Depois foi a varinha mágica: "Isto não tem nada que saber, passas a sopa com cuidado, mesmo dentro da panela" O cuidado não foi suficiente, a magnifica varinha conseguiu derrubar uma auspiciosa sopa de tomate pela bancada a baixo...Não é coisa bonita de se ver...


Mas as aventuras continuaram. Eu chamo-lhe patusca...Aqueles magnificos fornos portateis, do tempo das nossas avós, que funcionam com uma resistência. "Temos que ter um, aquilo dá imenso jeito". "Convém ter cuidado, não ligar as duas resistências ao mesmo tempo, pode quebrar o vidro", explicou a simpatica vendedora da ancestral Braz&Braz". Nós acatámos a sugestão...Mas não é que o fio da dita cuja teimou em colocar-se outra vez junto ao lume do fogão! Parece incrivel como estes objectos têm vontade própria!

Mas voltando ao dia de hoje...Há 2 anos atrás, deitaria a panela pela sanita à baixo, com medo de ver as salsichas transformadas em puré...Hoje, serenamente, abri a panela...respirei fundo e comentei "foi uma excelente ideia ter deixado as cenouras inteiras".

domingo, 15 de março de 2009

Primeiro dia de praia


Afinal de contas, parece que não estamos assim tão loucos. Há 5 anos atrás, quase por esta altura, também já andávamos com os pés nas águas da costa azul.

Foi uma tarde espectacular. Com direito a sangria e queijo assado na Tia Mafalda. Roam-se de inveja ;)

sábado, 7 de março de 2009

Mrs Boss no país do cangurus



As saudades que eu tinha das cores de Luhrmann.
Sou uma fã incondicional do Romeo and Juliet (que vi pelo menos meia-dúzia de vezes) e do Moulin Rouge (que vi mais três ou quatro).
Sou fã dos cenários ultra-teatrais do realizador australiano. E o Austrália voltou a inclui-los magistralmente. São cenários lindos, paisagens lindas, guarda-roupas lindos! Tudo lindo.
A receita é a de sempre: romance, acção e aventura. Mas o "embrulho" é extremamente bonito. Como uma caixinha de bombons, embrulhada em papel de seda e enfeitada com flores verdadeiras e cheirosas.
A Nicole Kidman veste bem a pele de aristocrata inglesa. O papel enquadra-se perfeitamente naquela figura esguia, ar altivo e cor angelical. Uma Mrs Boss de cortar o fôlego.
A nível de interpretações, não posso deixar de destacar a prestação de Brandon Walters, o rapaz aborígene de 13 anos, que o realizador descobriu numa piscina. O jovem encarna na perfeição o papel de Nullah, um mestiço aborígene "adoptado" pela aristocrata. Um rapaz respira doçura e uma mistica que nos deixa rendidos.
Dá gosto ver estes filmes que nos fazem sonhar...
Ah...esqueci-me de dizer: quero ir à Austrália ;)
Pontuação:5

quarta-feira, 4 de março de 2009

O estranho caso do filme sem fim



A sessão de cinema de domingo passado contemplou "O Estranho Caso de Benjamin Button". A única coisa que achei que esteve em grande, foi mesmo a duração do filme!!! As duas horas e meia de filme não me encheram as medidas. Antes pelo contrário, encheram-me "o saco". O meu companheiro de cadeira afirmou, decidido, que o filme "estava bem feito. Que não era fácil jogar com as idades". Eu digo: "bah".
Achei o filme enfadonho...sem ritmo, sem novidade, sem tensão, sem romance, sem sonho...O Brad não me convenceu como "velhote", a Cate não me convenceu como mulher apaixonada, que no fim, tudo faz pelo "bebé/amante"...
Estava a ver se me lembrava assim de alguma coisa em especial do filme...mas não, não me lembro de nada!
Pontuação:2

domingo, 1 de março de 2009

De Dublin para Lisboa

Uf, uf, uf...
Chegámos.
Eu cheguei constipada.
Apesar de estarem uns acolhedores 10 graus, não consegui tirar as luvas e o casacão. Para aquela gente (pouco dada a conversas, diga-se), devia estar um tempo de veraneio, pois as ninas andavam de mini-saia e manga curta. Gente louca!

Gostei da viagem. Gostei essencialmente porque gosto de conhecer coisas novas.
Não gostei porque comemos mal, muito mal e muito caro. Uma pizza a 15 euros e uma coca-cola a 3 euros...até me ficaram presas na garganta.
Parecia que tinha voltado aos tempos de inter-rail: supermercado e sandes no quarto...Para não irmos à falência cada vez entravamos num restaurante!

Que a Guinness custe 5 euros, ainda é o menos...É que nem consegui beber a minha na Guinness Storehouse e era grátis. Troquei-a por um lindo copo de água, no magnifico bar com vista de 360º sob a cidade. Valeu!!


Ir a Dublin e não ir ao museu Jameson Irish Whiskey é como ir a Roma e não ver o Papa. Assim sendo, lá fomos visitar o mini-museu. Catita, mesmo rústico. Desta vez não me fiz rogada e bebi (não todo, mas bebi) o meu Jameson and Cranbery.



Mas não pensem que os passeios foram exclusivos aos templos do alcool...Nada disso...Entre um jardim e outro, conseguimos dar ainda uma corrida ao Dublin Castle, infelizmente apenas por fora...pois chegamos às 5 da tarde...

Mas na área do Castelo conseguimos ainda visitar a Chester Beatty Library e receber dois livros magníficos: um sobre a obra do pintor Albrecht Durer e o Codex Leicester do Leonardo da Vinci que, para quem não sabe, trata-se de uma agenda de Da Vinci, com dezenas de desenhos, esquemas, anotações e engenhos originais, que foi vendida ao Bill Gates por 30 milhões de dólares em 1994.


Não era coisa que alguma vez me tivesse passado pela cabeça...mas as coisas proporcionaram-se a conseguirmos assistir às tradicionais corridas de galgos no Harolds Cross Greyhound Stadium.


Gostei muito da visita à National Gallery of Ireland. Vi quadros espantosos, como esta obra de Richard Thomas Moynan e um menos espantoso da vedeta Bono...Foi pena não ter tido tempo para visitar todos os pisos.


As perninhas, apesar de extremamente cansadas, ainda nos levaram à Christ Church Cathedral, um monumento religioso opulento e lindissímo, que remonta ao século XI.


A Trinity College, a primeira universidade da Irlanda, teve direito a duas visitas. No primeiro dia parámos no bar da universidade e tomámos um cafezinho refastelados em sofás com décadas de história. No segundo dia, para além de apreciarmos os lindos edifícios mandados edificar em 1592, tentámos visitar a magnífica biblioteca. Infelizmente o nosso Dublin Card não a incluia...e como o tempo urgia...toca a correr...


Resumindo, achei que a cidade não tem grande charme. É muito espaçosa e pouco envolvente...Minhas queridas ruas tortuosas de Praga, onde volta e meia estava perdida...
Mas Dublin vale (e muito) pela magnífica oferta cultural e museológica à disposição. Precisava de mais 3 dias...Dois para visitar os museus como deve ser e um para descobrir a casa onde viveu Abraham "Bram" Stoker ;)